
O dia 19 de janeiro está marcado na história da música popular brasileira, através do nascimento e da partida de duas grandes estrelas: Nara Leão e Elis Regina.
Dona de uma voz doce e uma interpretação tranquila e delicada, Nara Lôfego Leão nasceu em Vitória (ES) em 19 de janeiro de 1942. Com um ano de idade, veio para o Rio de Janeiro, e na cidade se transformou na musa da Bossa Nova. Iniciou sua carreira em 1963, no elenco do musical “Pobre menina rica”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.
Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre (RS) em 17 de março de 1945. Foi lançada como cantora pela extinta gravadora Continental em 1961, para ser uma “nova Celly Campello”. Mas foi ao vencer o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior) com “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, que se tornou conhecida do grande público.
Apesar de seguirem caminhos musicais opostos, volta e meia suas trajetórias se esbarravam. As duas mantiveram um relacionamento amoroso com o jornalista, letrista e produtor musical Ronaldo Bôscoli (1928-1994), em épocas diferentes: Nara entre o final dos anos 1950 e início dos 60, mais precisamente 1961. Já Elis foi casada com Bôscoli entre 1967 e 1972.
A história conta que as duas não se bicavam. Durante uma sessão de fotos para a revista Manchete, Elis Regina teria perdido a paciência com os cliques e, com seu conhecido temperamento explosivo, soltou: “Vou embora porque não gosto de Nara Leão”.
Nelson Motta, ex-namorado de Elis e testemunha ocular da história, conta: “A Elis tinha uma grande voz. Nara Leão era o contrário: tinha poucos recursos vocais, mas usava muito bem a inteligência. Era hostilizada pela Elis por causa da pequena voz, mas reunia os melhores repertórios e trabalhou muito pela música brasileira. Já a Nara vivia dizendo que Elis era uma grande cantora”.
Elis Regina deixou este plano em 1982, aos 36 anos, vítima fatal de uma mistura entre álcool e cocaína, no dia em que Nara completava 40 anos de idade. Nara Leão partiu em 7 de junho de 1989, após dez anos convivendo com um coágulo na cabeça, impossível de ser operado. No entanto, as duas foram grandes, e deixaram na história da MPB interpretações clássicas. Duas saudades do Brasil.
Relembre Nara e Elis:
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